Veganos, esse vai especialmente para vocês!

Tudo que consumimos ou usamos vem da terra e eventualmente volta para ela. Quanto mais anti-natural for o processo usado para produzir [alimentos], criar [animais] ou manufaturar [produtos], no fim das contas mais ele terá um impacto danoso para o meio ambiente. 

Nota: Artigo originalmente publicado em inglês por Sarah Savory e posteriormente traduzido por Eurico Vianna, PhD, com permissão da autora. 

De forma para que para todos os veganos, se você não quer comer carne nem usar produtos de origem animal, não o faça. Mas pelo amor que você tenha a toda a vida em nosso lindo planeta e o pelo futuro dela, não troque cegamente essas opções por produtos de origem animal falsa, porque a longo prazo os processos usados para produzir todas essas coisas artificiais causará muito mais devastação ao nosso meio ambiente. 

“O Santo Cálice da sustentabilidade é um sistema de cadeia fechada”. Por exemplo, na questão do couro a natureza criou seu próprio ‘sistema de cadeia fechada’. A carcaça de um animal pode se decompor no chão nutrindo plantas que serão consumidas pela próxima geração daquela espécie. O couro artificial, por outro lado, não se decompõe e não pode ser refeito como outro item de couro artificial a não ser que passasse por um processo de quebra completa da cadeia molecular para só então poder ser reutilizado. 

Veja, por exemplo, os ingredientes necessários para a produção completamente anti-natural do hamburger vegetal da Beyond Meat, e isso sem nem discutirmos os químicos e outros produtos necessários para construir e operar os laboratórios onde a “carne” é produzida: água, isolado de proteína de ervilha, óleo de canola prensado por expeller, óleo de coco refinado, proteína de arroz, sabores naturais, manteiga de cacau, proteína de feijão de Mung, metilcelulose, amido de batata, extrato de maçã, sal, cloreto de potássio, vinagre, concentrado de suco de limão, lecitina de girassol, pó de suco de romã, extrato de suco de beterraba e trigo geneticamente modificado. Agora analise a produção de cada um desses ingredientes separadamente e pesquise o impacto deles no meio ambiente. 

Quando mais anti-natural (ou artificialmente fabricado) o produto é mais impacto negativo ele tem em nosso meio ambiente. Os animais produzidos pela pecuária intensiva industrial, por exemplo, são produzidos de maneira completamente artificial, o que não é apenas cruel e bárbaro, mas também destrutivo para o meio ambiente. O mesmo serve para qualquer cultivo na agricultura industrial ou organismos geneticamente modificados.

Em última instância, qualquer coisa que degrada o meio ambiente, destrói nossa cultura, nossa sociedade e nossa economia porque essas coisas estão intricadamente conectadas em um Todo complexo: pessoas, terra, economia… nenhuma dessas coisas pode funcionar isoladas umas das outras.

Allan Savory com sua filha Sarah e netos no Centro Africano para o Gerenciamento Holístico.

A Tomada de Decisão Holística respeita esse fato e se assegura de estar sempre levando todos eles em conta simultaneamente. Isso significa que independente de quem somos, de onde vivemos, de quais são nossas opções pessoais, ou quais são nossas diferenças culturais, nós estaremos sempre tomando a melhor decisão possível para o meio ambiente que sustenta [toda] a vida.

E a Estrutura do Gerenciamento Holístico introduz as produtoras a uma ferramenta biológica nova para restaurar as pastagens [pradarias e savanas]: os organismos vivos.

A Natureza não se preocupa com o indivíduo. É a força do todo que é vital.

Uma manada é tão forte quanto seus integrantes mais fracos e é por isso que a natureza desenvolveu predadores que atuam em bandos [alcatéias]. 

Esses predadores tem duas funções essenciais:  

A primeira é assegurar o impacto preciso de manadas enormes. Os predadores mantém as manadas bem agrupadas e em constante movimento de forma que suas patas estão sempre estimulando e aerando o solo enquanto pisoteiam e fertilizam a vegetação com suas fezes e urina e suas entranhas fornecem a umidade vital que os micro-organismos precisam durante as longas estiagens para se manterem ativos e capazes de decompor biologicamente a matéria orgânica seca; formando assim uma camada protetora perfeita, com uma cobertura de solo fértil (mulch) que o mantém protegido até as próximas chuvas.

O outro trabalho vital do predadores é selecionar os animais mais fracos de maneira a manter aquela manada ou espécie tão forte quanto seja possível. 

Entretanto nós surgimos com um novo poder sobre o fogo e o uso de tecnologia e começamos a desconsiderar e desrespeitar completamente as rigorosas leis e equilíbrio da natureza. Nós exterminamos as grandes manadas, cercamos os animais, removemos os predadores do topo da cadeia alimentar (incluindo nós mesmos) dos ecossistemas, nós tomamos decisões infindáveis por espécies em isolamento do todo e isso bagunçou tudo de forma que agora até nossa própria existência está em risco. Está na hora de corrigirmos isso.

Muitas pessoas já estão usando o planejamento holístico de pastagens como ferramenta na pecuária para imitar o movimento natural das manadas que as pradarias precisam ter para sobreviver – emprestando as patas dos herbívoros para restaurar o solo até que consigamos mais uma vez aumentar a biodiversidade e os números da vida selvagem para que ela possa, em primeiro lugar, desempenhar novamente a função para a qual foi desenvolvida pela natureza.

O Gerenciamento Holístico conectando tudo, porque tudo está conectado. 

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