Apesar do governo dos Estados Unidos continuar a pressionar para que produtores rurais usem métodos de produção corporativo que fazem uso intenso de químicos como monocultura de plantas geneticamente modificadas no mundo inteiro, as Nações Unidas mais uma vez soam o alarme para necessidade de retornarmos (e desenvolvermos) urgentemente métodos e sistemas mais sustentáveis, naturais e orgânicos.
Artigo original escrito em inglês por Nick Meyer e traduzido por Eurico Vianna, PhD.
Esse foi um dos pontos principais de uma publicação recente da Comissão de Comércio e Desenvolvimento nas Nações Unidas (UNCTAD) intitulada “Comércio e Meio Ambiente Revisão de 2013: Acorde antes que seja tarde demais” (link para relatório original em inglês). O relatório inclui contribuições de mais de 60 especialistas de todo o mundo.
A capa do relatório parece o material promocional de um documentário hollywoodiano e a natureza dramática do título não pode ser subestimada: O momento de virada de volta para nossas raízes agrárias e métodos de produção natural é agora.
O novo relatório sobre Produção Rural das Nações Unidas “Acorde Antes que Seja Tarde Demais”
Os resultados do relatório em muitos aspectos parecem repetir os resultados do relatório emitido pelas Nações Unidas em 2010 (link para relatório original em inglês). O relatório anterior basicamente informava que a melhor maneira para ‘alimentarmos a população mundial’ é produção orgânica de pequena escala e não a monocultura e o uso OGM.
De acordo com o novo relatório das Nações Unidas precisamos de mudanças drásticas em nossa alimentação, agricultura e comércio. E essas mudanças devem ser em direção aos pequenos produtores rurais e a um sistema de abastecimento alimentar local.
A diversificação das fazendas, a diminuição do uso de adubos químicos e outras mudanças são recomendações urgentes segundo o relatório das Nações Unidas que também foram ressaltadas em outro artigo do Instituto de Políticas Públicas para a Agricultura e Comércio (original em inglês).
O artigo do Instituto de Políticas Públicas para a Agricultura e Comércio também recomenda que as regras do comércio internacional sejam reformadas para possibilitar as mudanças necessárias. Os acordos de comércio internacional como a Parceria Transpacífica (TPP) e o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), infelizmente, se movem na direção contrária, ou seja, da industrialização e dependência química da agricultura.
O Instituto ressaltou que esses acordos pendentes são “projetados principalmente para fortalecer o poder das corporações multinacionais e das firmas do mercado financeiro na economia global…” e não para acatar as necessidades urgentes de mudança na agricultura descritas no relatório das Nações Unidas.
Ainda de acordo com o relatório até mesmo a segurança global pode estar em risco na medida em os preços dos alimentos (e a especulação de preços no mercado de comódites) continuam a subir.
“Isso implica uma mudança rápida e significativa de formas de produção convencionais de monocultura altamente dependentes de insumos químicos para formas de produção sustentáveis diversificadas e sistemas de produção regenerativos que procurem aumentar a produção dos pequenos produtores rurais”, o relatório conclui.
Mais informações sobre o relatório podem ser encontradas nesse website.
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