Eu acho tragicômico a quantidade de pessoas no campo progressista que veem tão rapidamente a família Bolsonaro ou uma direita caricata na presidente estadunidense e sua equipe no filme, mas não são capazes de refletir sobre as próprias falhas.
O filme vale a pena pelas performances e, sobretudo, pela reflexão sobre a finitude. Mas se é para fazermos analogias sobre negacionismo, precisamos olhar para a esquerda também!
O campo progressista, ao se conformar ao papel de tornar o capitalismo menos agressivo e não questionar mais o modelo econômico vigente, também nega a ciência! Vivemos a sexta maior extinção em massa da história do planeta. Todos os modelos científicos que foram feitos para calcular os colapsos ecológico, energético, alimentar, econômico, sanitário, populacional, etc. afirmam que estamos adiantados no cumprimento dessas previsões.
Ainda assim, ‘a esquerda’ (perdão por generalizar) não discute como os Estados estão sendo aparelhados pelas farmacêuticas. Pior, não discute como um banco de dados digital e internacionalizado dará controle total sobre a população para as corporações e não admite que a economia de crescimento não é capaz de nos tirar do colapso energético, ecológico e social que criou.
Continua pregando ‘um salvador’ cuja as ideias são completamente ultrapassadas e a gestão anterior mostrou mais compromisso com bancos, mineradoras, agronegócio e construtoras do que com o bem estar da população. A economia ecológica já comprovou pelas leis da física (termodinâmica) que o crescimento econômico resulta em aumento da entropia (mais energia desordenada e destruição) e o economista progressivo em voga segue defendendo o modelo tradicional.
Precisamos descentralizar poder e território e viabilizar uma economia capaz de regenerar o social e o ecológico!
Mas estamos todos em um trem rumo a um abismo e estamos discutindo se vamos continuar saqueando todas as pessoas em todos os vagões para concentrar esses recursos no vagão da primeira classe ou se vamos obrigar a primeira classe a compartilhar algumas migalhas com os outros vagões enquanto o trem segue seu curso para o inevitável.