Não existe solução futura que não submeta a economia aos limites ecológicos do planeta.
O agronegócio, com suas monoculturas, produz um alimento pobre em nutrição e rico em agrotóxicos, isso muita gente já sabe, é senso comum. O que não é tão disseminado é o nível de degradação do solo e da água que está sendo causado, assim como a quantidade de doenças gravíssimas que decorrem do uso desses químicos.
A falta de água, solo fértil e acesso a terra ameaça nossa já fragilizada soberania alimentar.
O Agronegócio diz que para produzir comida para uma população crescente essa monocultura reta, mecanizada e de larga escala é necessária. Isso é mentira!
A grande indústria do agronegócio assim como muitos pequenos produtores, inclusive muitos produtores orgânicos, inviabilizam seu próprio futuro quando se baseiam no presente em insumos e infraestruturas subsidiadas por recursos fósseis, por definição finitos e altamente poluentes. Intoxicar quem trabalha na produção da comida e quem se alimenta dele, exaurindo nosso maior capital, a Terra, não pode ser considerado eficiente.
Não podemos transformar a complexidade da natureza e sua arquitetura simbiótica em uma simples fábrica de commodities agrícolas para o mercado financeiro.
Na agricultura industrial a qualidade do alimento que se produz e a forma que esse alimento é produzido são uma função do lucro, lucro de hoje e especulação de amanhã. Esse modelo deixa os produtores dependentes de insumos e tecnologias que eles não podem produzir sozinhos. E quando surgem os problemas ecológicos, esse modelo industrial, sugere mais soluções tecnológicas que vão, no máximo, manter o planeta em uma UTI e os produtores sempre endividados.
O agro esconde, o agro mente, o agro mata!
É preciso entender que não existe solução futura que não submeta a economia aos limites ecológicos do planeta.