Quais são as qualidades e habilidades da cultura agrária que precisamos resgatar e nutrir e quais são as crenças e teimosias das quais precisamos nos livrar? Quer seja pelo foco reducionista no lucro, que predomina no modelo industrial de larga escala, ou pela vulnerabilidade e dependência que a agricultura familiar desenvolveu em relação ao modelo químico de produção em função do marketing alienante das corporações nas últimas décadas, é muito pouco provável que as inovações ecológicas, sociais e comerciais necessárias no campo da produção e distribuição de alimentos aconteçam de forma significativa entre as pessoas que já vivem no campo. Foi nesse sentido que o produtor rural e consultor estadunidense, Gabe Brown e da doutora em zootecnia e psicóloga Temple Grandin, compartilharam recentemente que as futuras lideranças na produção primária com ética ecológica não terão nascido e se criado no campo” (trecho do livro Meu Caderno de (ida para o) Campo).