Entender como usamos a água é fundamental para decidirmos que mundo queremos deixar de legado para as futuras gerações.
Estudar quem usa mais água e como ela é usada revela muito sobre nossa ética e como nossas políticas econômicas e a falta de políticas holísticas (que integram o social, o ambiental e o econômico simultaneamente no mesmo patamar de importância) está forçando o colapso ecológico e econômico nas gerações futuras.
Enquanto nos países ricos em torno de 59% da água disponível é usada na indústria, 11% no uso doméstico e 30% na agricultura, nos países em desenvolvimento só 10% é usado na indústria, só 8% é disponibilizado para uso doméstico e 82% é usado na agricultura! (Unesco, 2003 – World Water Development Report)
Mas o quadro é ainda mais grave! A grande maioria da agricultura nos países em desenvolvimento irriga de forma ineficiente, produz degradando o ciclo hidrológico (porque desmata e produz em monoculturas de solo exposto) e usa adubos químicos e #agrotóxicos que poluem as águas subterrâneas, assim como a dos rios e lagos.
A civilização industrial e sua agricultura desonra nossos antepassados que viveram de forma que permitisse que tivéssemos água hoje e usurpa das gerações futuras o direito à água limpa para viver e produzir alimentos nutritivos.
Esse modelo de agricultura e sociedade perpetua crimes contra a humanidade! Assim como na era escravista, esse modelo subsidia o conforto, riqueza e comodidade dos países desenvolvidos com dignidade humana, destruição ambiental e pobreza dos países em desenvolvimento.