No último ano, em função da audiência que o projeto com os ovinos tem ganhado, alunos, amigos e colegas vem me perguntando sobre qual a melhor abordagem de pastejo e se eu recomendo o Rotatínuo como uma boa opção. Depois de estudar sobre a abordagem e ver como ela vem sendo divulgada nas redes fazendo comparações que tiram de contexto outras abordagens, achei melhor fazer uma espécie de “revisão bibliográfica”. Nos vídeos e palestras, o manejo Rotatínuo fica bem definido e promovido, mas o Gerenciamento Holístico e o Ultra Denso ficam descaracterizados, não sei se por falta de leitura ou entendimento. O Rotatínuo visa otimizar a performance animal. O Gerenciamento Holístico não é uma abordagem de pastejo, é uma estrutura de gestão. E o Ultra denso, não é uma ferramenta de fatiar pastagens para melhor colher pasto, é um paradigma de gestão de propriedades que visa máxima lucratividade ecológica por área usando uma genética adaptada para o pastejo não seletivo. Embora seja possível comparar abordagens que partem de premissas completamente diferentes, entendo que essas premissas precisam ficar muito claras para que cada produtor possa avaliar o que faz sentido para o seu contexto. Todas essas abordagens tem pontos positivos, mas para que as comparações sejam válidas, além das premissas esclarecidas, se faz necessário avaliar métricas e indicadores de propriedades que tiveram sucesso em cada uma dessas abordagens. Esse sucesso precisa ser avaliado levando em conta os resultados nas dimensões social (qualidade de vida), ecológica (melhora dos 4 processos ecossistêmicos e taxa de lotação da propriedade) e econômica (lucratividade máxima por área manejada) de cada propriedade. O escopo desse vídeo não permite fazer o tipo de comparação necessária, mas por outro lado, apresenta melhor o que é o Gerenciamento Holístico e o Ultra Denso para que os produtores possam pensar o que melhor cabe para o contexto deles.