O que significa pecuária corretamente manejada?

O gado ou mais amplamente a pecuária tem sido demonizado por veganos, vegetarianos e ambientalistas em geral. Essas pessoas, por mais bem intencionadas que sejam, culpam a pecuária pela degradação ambiental, quando na verdade o verdadeiro culpado é o modelo de produção. No texto que segue, Allan Savory explica o que significa a pecuária manejada de forma correta e como ela pode reverter os processos de desertificação e combater o aquecimento global.

Nota: O texto que segue é uma tradução livre do artigo “O que significa pecuária manejada corretamente?” escrito por Allan Savory e traduzido por Eurico Vianna e Filipe Suleiman. O artigo original foi publicado em inglês no dia 17 de Abril de 2016 e pode ser encontrado nesse link.

No meu sexto post no blog, eu discuti porque a pecuária manejada de forma correta é essencial para salvar a civilização como a conhecemos. Agora, vamos discutir o que a pecuária manejada de forma correta significa, porque somente ao manejá-la adequadamente poderemos abordar seriamente a complexidade envolvida na desertificação global e nas mudanças climáticas.

Primeiro deixe-me ser claro sobre o que não é uma boa gestão na pecuária.

Pecuária industrial

O senso comum nos diz que a agricultura precisa se basear nas ciências biológicas. A agricultura industrializada, no entanto, baseia-se na química e na tecnologia promovida pelas universidades, corporações, grandes financiadores filantrópicos, governos e agências internacionais – uma consequência da gestão e políticas reducionistas.

Literalmente milhões de bovinos, suínos e aves são  manejados em Operações de Alimentação Animal Concentrada (CAFOs na sigla em inglês, mas também conhecida em português por pecuária de confinamento). Esses incluem porcos criados em pequenas gaiolas com pouco espaço para as mães se moverem. Isto não constitui um pecuária manejada de forma correta. A Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados) tem criticado essas práticas. Veganos e vegetarianos que expressaram sua indignação estão – a meu ver – tais práticas não são apenas desumanas para os animais, mas tratar os animais de tal maneira também é degradante para os humanos. Além de ser desumano e degradante, os CAFOs também são prejudiciais ao meio ambiente, à economia e à saúde humana. Em qualquer nação que se proclame civilizada, tal manejo de animais deveria ser ilegal. Infelizmente, a pecuária de confinamento leva muitos na sociedade a difamar a pecuária [como um todo] em vez de reconhecer que os animais são inocentes, enquanto a gestão e políticas reducionistas são o problema.

O pecuária corretamente manejada começa com o manejo dos animais na terra de maneira que seja boa para a terra e toda a vida – bem cuidados até que suas vidas sejam terminadas o mais humanamente possível. Assim como você e eu gostaríamos de ser tratados.

Manejando animais na terra.

Aqui eu preciso distinguir entre o manejo da pecuária nos ambientes úmidos o ano todo (cerca de um terço das terras do mundo), e manejá-la nas maiores áreas do mundo, que são ambientes sazonalmente úmidos e depois secos. Os primeiros são ambientes não-friáveis [ou resilientes], nos quais folhas mortas e caules se desfazem suavemente em sua mão. O segundo são ambientes friáveis, onde as folhas mortas e os caules são tão friáveis que se quebram em fragmentos na mão.

Ambientes úmidos não-friáveis.

Lembre-se que a zona rural ao redor de Londres é verde o ano todo, enquanto a de Joanesburgo com maior precipitação média, é seca, poeirenta e marrom a maior parte do ano, porque essas cidades estão em ecossistemas completamente diferentes.

Nos ambientes mais úmidos, digamos, das costas leste e noroeste da América, ou grande parte da Europa, a pecuária tem um papel essencial a desempenhar na regeneração da vida e da saúde do solo para sequestrar carbono da atmosfera, mas não para tratar da desertificação. Nesse ambientes tão úmidos – lembre-se de meus posts anteriores – nenhuma quantidade de sobre pastoreio ou descanso (repouso parcial ou total das pastagens) causa a desertificação.

Em ambientes úmidos, enquanto os animais estiverem fora, no pasto e bem tratados, existem muitas maneiras de manejá-los. No passado, e no presente, práticas seculares envolveram pastoreio contínuo ou pastoreio rotacional. O cientista francês de pastagens Andre Voisin trouxe à luz as limitações do pastoreio rotativo. Ele desenvolveu uma forma simples de planejar o pastoreio na pecuária que ele chamou de pastoreio “racional” – ou seja, bem pensado e planejado, em vez de simplesmente girar através de pastagens.

Aqui eu preciso fazer uma digressão para discutir a confusão que reina sobre as várias maneiras que argumentam como o manejo de pasto deve ser feito.

Causa de confusão pública sobre o manejo do pasto.

Everett Rogers em seu livro seminal Diffusion of Innovations [Difusão das Inovações] descreve como o novo conhecimento se espalha na sociedade. Por sermos humanos com egos, quando aprendemos algo novo, damos o que aprendemos um novo nome e adaptamos para que pareça uma ideia nossa – e dessa forma novas idéias se espalham de uma maneira um tanto desordenada, mas eventualmente eficaz. Tanto à partir do trabalho de Voisin como do meu, as pessoas criaram muitos novos “sistemas de pastoreio”. Alguns exemplos desses sistemas de pastoreio são: o pastoreio em massa, o pastoreio de curta duração, o manejo intensivo das pastagens, o pastoreio de alta densidade, o pastoreio de piquetes e o pastoreio adaptativo de múltiplos piquetes.

Tragicamente, ao dar um novo nome e adaptar o trabalho dos outros, a própria razão do sucesso [dos sistemas originais] se perdeu. Como se eu contasse uma piada sua como se fosse minha, mas esquecesse a frase que dá graça à piada! A ‘frase esquecida’ [no caso do Gerenciamento Holístico], foi obviamente, a Tomada de Decisão Holística e o processo de planejamento [das rotações e pastagens].

O que as pessoas nas empresas entendem com facilidade é, por algum motivo, difícil para a maioria dos fazendeiros e cientistas de campo. As pessoas de negócios entendem que um sistema de gerenciamento prescritivo lhes serve bem onde as coisas no negócio são previsíveis. Por exemplo, eles usam um sistema de contabilidade ou de controle de estoque – o que significa um sistema de gerenciamento prescritivo. No entanto, eles não sonhariam em gerenciar todo o seu negócio e toda sua imprevisibilidade usando qualquer “sistema de negócios” prescritivo.

Essa confusão que surge entre os produtores, fazendeiros e acadêmicos de administração do campo e nos resultados públicos vem, eu acredito, do nosso uso da palavra “sistema” para explicar duas coisas diferentes. Nós nos referimos ao eco-‘sistema’ e a outros ‘sistemas’ complexos querendo dizer que ‘o todo’ ou ‘o sistema’ é complexo – funciona em conjuntos e padrões, auto-organizados e que, de fato, são complexos. Em meu segundo post desta série, discuti por que nossa incapacidade de administrar o que é complexo está afundando o barco da humanidade. Tudo o que administramos envolve organizações humanas e natureza – ambas definidas como sistemas complexos que se auto-organizam. Embora isso seja bastante claro, a confusão reina quando usamos a palavra ‘sistema’ em um sentido diferente, para descrever uma maneira prescritiva predeterminada de manejar animais em pastagens no campo. Fazemos isso com os sistemas de rotação e muitos outros sistemas de pastoreio. Ao fazermos isso, ignoramos em grande parte a complexidade social, cultural, econômica e ambiental e apresentamos um sistema de pastoreio recomendado (como um sistema de contabilidade ou sistema de controle de inventário) que os produtores e fazendeiros deveriam usar.

Então, em resumo, qualquer um dos inúmeros sistemas de pastoreio pode ser usado em regiões mais úmidas, onde a terra não desertifica, desde que os animais sejam tratados com humanidade durante toda a vida. A terra deve melhorar contanto que os animais sejam agrupados mais e mantidos em movimento. As pessoas ficarão felizes, como, de fato, muitas pessoas boas e aquelas que as aconselham estão ficando com o que estão fazendo porque não vêem os custos ocultos. Para a maioria das pequenas propriedades em regiões mais úmidas, o processo de planejamento simples do Voisin é excelente e superior a qualquer sistema de pastoreio. Minha esposa e eu tivemos o livro de Voisin republicado pela Island Press para tornar seu trabalho original mais disponível para aqueles que querem fazer melhor do que qualquer sistema de pastoreio pode fazer.

Agora chegamos às regiões que estão desertificando, como nos EUA e na maior parte do mundo. Áreas onde as chuvas são sazonais, irregulares e predominantemente abaixo de 400 mm (16 polegadas) de chuva por ano – áreas onde nenhuma tecnologia, plantio de árvores ou qualquer coisa além da pecuária pode praticamente reverter a desertificação e lidar com as mudanças climáticas. Aqui precisamos prestar atenção porque esses ambientes friáveis (ou quebradiços) cobrem a maior área do nosso planeta – uma área muito maior do que as florestas tropicais e regiões úmidas.

Ambientes friáveis (quebradiços) com umidade sazonal.

Quando, na década de 1960, percebi que não tínhamos outra opção senão usar o pecuária para reverter a desertificação na maior parte do mundo, enfrentei um dilema sério. Como isso poderia ser feito?

Conforme explicado em minha palestra no TED sobre desertificação, tivemos a experiência de mais de 10.000 anos de pastores experientes pastoreando seus animais, protegendo-os de predadores e constantemente movendo-os, assim como eles ainda fazem hoje. Mas isso levou ao desenvolvimento dos grandes desertos da antiguidade criados pelo homem e a desertificação ainda está avançando enquanto escrevo. Claramente o pastoreio de rebanhos, como sempre foi e ainda é feito, não reverteria a desertificação.

Jovem pastor sul-africano – Imagem Savory Global

Então tivemos a experiência de cerca de um século de uma gestão moderna de fazendas orientada por cientistas de campo, e isso aumentou a desertificação mais rapidamente do que os pastores haviam feito ao longo de milhares de anos. Esse tipo de manejo incluiu muitos sistemas de pastoreio, cercas, distribuição de água, uso de máquinas, fogo e produtos químicos. Envolveu também a redução constante do número de cabeças de pecuária que levaram ao genocídio pastoral na África, Israel, China e outros lugares, bem como a uma decadente cultura de pecuária ocidental nos EUA – claramente nenhum desses está funcionando. Então, o que deveríamos fazer? O que devemos fazer?

Tudo o que eu sabia há décadas atrás era que tínhamos que aprender a usar o comportamento de pastoreio e rebanho da pecuária de uma maneira similar a como eles evoluíram na presença de predadores que caçam manadas. De alguma forma, tínhamos que usar a pecuária como uma ferramenta e como representante de populações intactas de herbívoros e predadores do passado que não existem mais.

Ao administrar a pecuária de uma forma que imitasse a natureza, também tivemos que administrar situações socialmente, ambientalmente e economicamente muito complexas. Voisin nos deu uma pista – use algum processo de planejamento para abordar o que é complexo. Eu tentei o planejamento de Voisin, mas como foi desenvolvido para pastagens verdejantes (sem períodos de seca) na Europa, não podia lidar com a complexidade maior que enfrentamos nas savanas africanas. O planejamento de Voisin tampouco podia lidar com a complexidade social e econômica. Como nós, ecologistas, nunca enfrentamos algo assim, comecei a pesquisar outras disciplinas para ver se alguém havia lidado com tanta complexidade. O que encontrei de mais semelhante foi na experiência militar desenvolvida ao longo dos séculos na Europa.  

Os planejadores militares tinham sido forçados a desenvolver maneiras cada vez mais bem-sucedidas de planejar situações extremamente complicadas e em rápida mudança, em condições imediatas do campo de batalha. Para fazer isso, mentes inteligentes desenvolveram uma maneira simples de produzir o melhor plano possível a qualquer momento, em uma situação muitas vezes caótica e em constante mudança. Ao invés de reinventar a roda, eu simplesmente copiei o que me ensinaram como oficial do exército Rodesiano do Colégio Militar Britânico de Sandhurst – e isso se tornou o Holistic Planned Grazing.

Planejamento Holístico de Pastagens (adequado para todos os ecossistemas).

Nesse processo bem-sucedido e replicável, a primeira etapa é feita para que aqueles que gerenciam usem a estrutura holística para gerenciar o que é complexo – começando por desenvolver seu próprio contexto holístico para orientar o gerenciamento. Este é o estágio essencial quando as pessoas determinam por si mesmas, por interesse próprio, até se a pecuária deve ser gerenciada e, em caso afirmativo, como. Qualquer produtor rural ou corporação, por exemplo, em uma floresta tropical brasileira, perceberia que o pecuária não deveria estar lá. Criar gado em pastagens em uma área de floresta tropical desmatada seria socialmente, ambientalmente e economicamente insalubre, e não estaria no interesse de longo prazo de qualquer pessoa, corporação ou nação.

Se, de acordo com seu contexto holístico, aqueles que estavam gerenciando determinassem que a pecuária era essencial para melhorar suas vidas, e que nada mais poderia fazê-lo naquela situação, então o planejamento da gestão da pecuária na área prosseguiria. Se prosseguiria com o conhecimento de que era a coisa certa a fazer socialmente, ambientalmente e economicamente para suas próprias vidas e as das futuras gerações.

Como é feito o Planejamento Holístico de Pastagem?

As mentes militares haviam desenvolvido a idéia profundamente simples de transformar uma situação complicada em pequenas partes digeríveis para considerar uma por uma. Mesmo uma mente estressada pode fazer isso. E depois, tendo considerando cuidadosamente um pequeno ponto, passe para o próximo, com cada passo construindo sobre aqueles de antes para chegar ao melhor plano possível. Eu podia ver como esse processo poderia lidar com uma situação incrivelmente complicada, mesmo para pessoas estressadas e exaustas em batalha, mas havia outro problema. Batalhas são travadas por um curto período de tempo. As pessoas que administram a pecuária têm que planejar por meses ou anos à frente. Eles têm que planejar considerando mudanças climáticas sem padrões definidos, queimadas, plantas venenosas, predadores, cultivos, outros usos da terra, as necessidades do conjunto de vida selvagem e muito mais. Ao mesmo tempo, eles têm que planejar considerando a mudança das necessidades nutricionais dos animais à medida que passam por seus ciclos de reprodução. Como eu poderia usar a ideia de planejamento militar e resolver tal complexidade por muitos meses? Facilmente.

Simplesmente estabelecendo o planejamento em um gráfico poderíamos refletir dimensões de tempo, área, números e muitos problemas, questões, mudanças de estações e muito mais em um pedaço de papel. Tão simples. Nós fizemos isso e funcionou imediatamente. Embora eu tenha visto milhares de fazendeiros e pecuaristas falharem no planejamento, ainda não vi o Planejamento Holístico de Pastagens fracassar em nenhum país. Até porque, todo esse processo é baseado em mais de 300 anos de experiência de mentes brilhantes.

O Planejamento Holístico de Pastagens é ensinado rapidamente e é fácil o suficiente para crianças entenderem. Na África, os jovens recém-saídos do ensino médio, sem experiência [na pecuária] aprenderam a planejar [os movimentos nas] pastagens em um dia. Na verdade, fazer o planejamento é divertido para qualquer família ou equipe, muito parecido com um jogo, com o conhecimento na cabeça de todos derramando-se no gráfico e, finalmente, planejando o movimento animal para produzir o resultado desejado. A inexperiência ainda tem que se provar uma dificuldade, porque a ignorância não bloqueia a aprendizagem da maneira que já sabemos que os nossos egos bloqueiam a aprendizagem.

Criança com o Mapa de Planejamento – Imagem Savory Global.

Os passos para o planejamento do pastoreio estão contidos em um Aide Memoire (auxiliar de memória, em francês) por causa da origem em faculdades militares. Esse auxiliar de memória garante que passos pequenos e simples sejam seguidos, criando, da maneira como eles fazem, o plano final. O auxiliar de memória é universal (aplicável em todos os ecossistemas e em todos os tipos de situações), refletindo as experiências de milhares de agricultores, pecuaristas e pastores no campo. O treinamento, incluindo materiais de auto-aprendizagem, está disponível e constantemente atualizado pelo Savory Institute e sua rede mundial de hubs liderados e gerenciados localmente.

E uma versão simples, juntamente com materiais de mobilização da comunidade (desenvolvidos com assistência financeira do Escritório de Assistência a Desastres Estrangeiros na USAID), está disponível para pessoas semi-alfabetizadas, ONGs e outras organizações na África.

Jovem facilitando uma oficina para que pessoas semi-analfabetas em uma vila no Zimbabue possam planejar a rotação holística de seus animais nos piquetes de pasto – Imagem Savory Global.

O Planejamento Holístico de Pastagens funciona?

Você pode se perguntar se o que eu escrevo é apoiado por resultados ou reconhecimento de órgãos respeitáveis. Os resultados foram demonstrados repetidamente por quase meio século. Naturalmente, as pessoas fizeram o que fizeram com níveis variados de habilidade, mas os sucessos foram tão grandes que o processo de Planejamento Holístico de Pastagens agora é praticado em mais de vinte milhões de hectares em seis continentes. Nos EUA, produtores que manejam holisticamente dominaram as premiações por boa administração e cuidado com o campo. Até o momento algumas organizações de renome reconheceram esse trabalho, apesar do fato de que o uso da pecuária para reverter a desertificação é um tapa na cara das crenças da sociedade e, portanto, das instituições:

• Prêmio Internacional Australiano Banksia 2003 – “para a pessoa ou organização que mais faz pelo meio ambiente em escala global”.

• Prêmio Estadunidense Buckminster Fuller em 2010 – “por uma estratégia que melhor atenda às questões mais urgentes da humanidade”.

• Western A Price 2015 “pela integridade e persistência na ciência”.

• Atualmente é finalista do Virgin Earth Challenge, prêmio de US$25 milhões de Sir Richard Branson por formas escalonáveis e sustentáveis de remover gases do efeito estufa do ar.

Críticas e falhas.

Administrar o que é tão complexo foi desenvolvido ao longo de décadas de críticas, ajudando a encontrar falhas seja na lógica ou na ciência, como normalmente avançam a ciência e o conhecimento. Apesar dos apelos que fiz e ainda faço a todos os cientistas para ajudar a identificar quaisquer falhas na lógica ou na ciência, desde o início da década de 1980 que não encontramos novas falhas e apenas mudanças cosméticas ocorreram na abordagem holística. Lembre-se de que este é um processo de tomada de decisão e planejamento que utiliza toda a ciência disponível, bem como outras fontes de conhecimento.

Dito isso, no entanto, qualquer pessoa que fizer uma pesquisa no Google encontrará críticas constantemente recicladas de que o Planejamento Holístico de Pastagens não se baseia nem é apoiado pela ciência. E que também não foi comprovado experimentalmente. Tais alegações, que os oponentes usam as mídias sociais para espalhar amplamente, surgem de trabalhos, relatórios e artigos produzidos por veganos, ambientalistas e por professores de universidades respeitáveis, acrescentando “legitimidade como cientistas objetivos”.

Mesmo sempre lendo os artigos dos críticos e publicações especializadas em jornais científicos para o caso de terem encontrado algo novo, descobrimos que esse ainda não é o caso. Apesar de suas credenciais acadêmicas, os autores de tais trabalhos têm consistentemente estudado uma ou outra das muitas derivações do sistema de pastejo, mas não o processo de Planejamento Holístico de Pastagens. Esses autores também citam um ao outro repetidamente. Em uma publicação de 8 autores (todos com PhD), 19 artigos foram citados em apoio às suas críticas, mas quando todas essas citações foram checadas, incluindo os artigos citados por esses autores, nenhum jamais estudou o Planejamento Holístico de Pastagens. Afirmar que porque os sistemas de pastoreio que eles estudaram não reverteram a desertificação, então, o Planejamento Holístico de Pastagens, não é comprovado pela ciência experimental, é de fato uma lógica distorcida. Este comportamento é talvez melhor descrito em The Structure of Scientific Revolutions, de Thomas Kuhn.

Entretanto, nós nunca devemos relaxar e é minha esperança que todos vocês lendo a minha série de posts desafiarão tudo que eu escrevo. Por favor, sinta-se à vontade para fazê-lo, para compartilhar com críticos e céticos que você conheça ou que possa localizar usando o Google, os convidando a participar do diálogo. Com a grave situação que a humanidade enfrenta e pelo bem das futuras gerações, tudo o que peço é que você não seja apático.

No meu próximo artigo, vou resumir porque é que somente gerenciando o que é complexo holisticamente – usando a pecuária, manejada de forma correta, combinado com a tecnologia para desenvolver energia benigna em massa – podemos abordar seriamente a mudança climática e assim oferecer às futuras gerações a esperança que merecem . Até lá.

O Impacto Positivo está Buscando parceiros para promover o Gerenciamento Holístico no Brasil

Peço a todos que acompanham o trabalho com os podcasts e artigos que me ajudem a encontrar parceiros para produzir cursos de Gerenciamento Holístico no Brasil e criar uma rede de produtores rurais que praticam a pecuária regenerativa.
A objetivo é montar projetos pilotos para mostrar a viabilidade social, econômica e ecológica da abordagem nas áreas mais afetadas por secas, desertificação e queimadas.

– Se você usa um celular Android se inscreva no Stitcher ou se usa iPhone, se inscreva no iTunes.  Aproveite e deixe sua avaliação por lá, isso faz muita diferença em como o podcast passa a ser ‘oferecido’ nos mecanismos de busca 😉
– Compartilhe as entrevistas e artigos com seus comentários nas suas mídias sociais.
– Se você prefere assistir as entrevistas em vídeo, se inscreva no canal no YouTube.
– Curta a página do Podcast no Facebook
– Se inscreva na mala direta para receber artigos, entrevistas e cursos em primeira mão.

Artigos recentes